sábado, 31 de dezembro de 2011

Ciclos de reflexão

Independente da crença que tenhamos, somos obrigados a reconhecer que os humanos são abençoados de diversas formas pelo ambiente no qual vivem. Na correria do dia-a-dia, há detalhes que nem pensamos a respeito, mas que fazem uma grande diferença em nossas vidas.

Chegado o fim do ano, vejo as pessoas fazerem promessas de mudança e novas metas para o ano vindouro. Esse comportamento é até automático para muitas pessoas segundo suas tradições e costumes familiares e sociais.
Nos últimos dias do ano de 2011, peguei-me pensando a respeito desse comportamento que tanto "menosprezei" quando o vi em meus semelhantes. Porém, dessa vez, deixei meu espírito crítico de lado para pensar mais a respeito disso.

Avaliar e planejar nossas ações é muito precioso porque transforma-nos em "condutores" de nossas vidas ao invés de meros passageiros que dependem do destino (obs: não desconsidero as forças externas que atuam sobre nossas vidas). Esse é um dos grandes diferenciais entre os humanos e as demais espécies do nosso planeta.

Dia, lua, estação climática e ano são ciclos naturais de tamanho, eu arriscaria dizer, ideal. Cada um é importante no seu papel, mas jogarei o holofote apenas sobre o ano. O ciclo de 365,25 dias para um ano permite-nos a ter um momento de reflexão sobre o curso de nossas vidas e de nossas ações. Por isso, comecei esse texto falando das bençãos divinas que recebemos sem saber. O ano possui o tamanho ideal: dá tempo de executar projetos de longa duração (construir uma casa, ter um filho, estudar algo) e ao mesmo tempo não consome um tempo tão grande da sua vida. Nossa vida é feita de erros e acertos, não há fórmula mágica e, consequentemente, nem todos nossos projetos e ações dão certo. Portanto, apesar do prejuízo, um ano com insucessos pode ser recuperado nos anos seguintes.

Cheguei a essa conclusão pensando assim: um ano representa 1/73 da nossa vida(1), imaginem se o ano durasse mil dias? Um ano de 1000 dias "jogado fora" significaria quase 1/27 do nosso tempo de vida! São quase três anos de 365 dias! Extrapolando mais essa conta, o planeta Saturno leva 29,5 anos terrestres para fazer seu "movimento de translação"... vejam só, nesse caso, teríamos um ano que representaria quase 1/2 de nossa vida! No outro extremo, o planeta Mercúrio orbita o Sol a cada 88 dias terrestres, um período que também me parece muito curto.

Chamei atenção a esse fato nessa data para provocar que cada um utilize da melhor forma possível esse momento para uma verdadeira reflexão de sua vida, reavaliando-se e planejando seu próximo "ciclo" ao invés de das vãs promessas de fim-de-ano.


1) Considerando a expectativa de vida atual do Brasil.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Pseudo imparcialidade de tele-evangelistas



Essa é uma demonstração de como se faz boato velado na mídia, utilizando uma pessoa "respeitável" que diz as meias-verdades que os ignorantes querem ouvir. (obs: ignorantes, do dicionário: "quem ignora")

Em virtude de minha formação cristã, assim como o Sr. Malafaia, não sou homossexual e não concordo com esse comportamento. Mas não acho correto que pessoas que façam essa escolha sejam discriminadas e agredidas da forma como ocorre atualmente.

Porém, vamos aos fatos (afinal, contra fatos não há argumentos):

1) o PL 122/2006 (na Câmara PL 5003/2001 e no Senado PLC 122/2006), chamada pelo Sr. Malafaia de "Lei da Homofobia", trata da alteração da lei 7716/1989 (lei que criminaliza discriminações). Diferente do que o Sr. Malafaia diz, a lei não fala apenas da discriminação racial: "discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional". Não podemos considerar a inclusão da orientação sexual como desvirtuação da lei, pois ela também fala da questão religiosa, ou seja, não apenas de questões de nascimento. (Obs: no Senado, essa lei tem sido transformada em lei de combate a outras discriminações)

2) uma rápida análise da biografia da ex-deputada Iara Bernardi mostra que sua base não é de movimento homosexual, como transparece o Sr. Malafaia. Da mesma forma que criou o PL 122/2006, fez projetos de apoio a família (aprovação tácita de paternidade), a mulher e a educação, basta uma rápida olhada em sua biografia na página da Câmara dos Deputados e em nos projetos que já propôs.

3) após cinco anos de tramitação, o projeto foi aprovado pela Câmara dos Deputados em 2006. Cabe ressaltar que naquela casa à época, além dos deputados da bancada "evangélica", havia um equilíbrio de forças entre deputados do PT, PFL (DEM), PMDB e PSDB. Se partidos "corretos" como PFL e PSDB tivessem se mobilizado, certamente o projeto não teria sido aprovado.

4) o projeto tramita no Senado Federal desde 2006 com relatoria de uma senadora petista. Neste tempo, pode-se perceber que diversas opiniões são ouvidas, dentre elas, grupos evangélicos e católicos. Diferente do que foi dito pelo Sr. Malafaia, não há registro da "manobra" tentada pelo PT que foi "corajosamente" impedida pelo Senador Demóstenes Torres, que aliás, nem é citado nos andamentos do projeto.
Aliás, a citação que há do PSDB na tramitação do projeto é a solicitação de sua aprovação feita pela Assembléia Legislativa de Goiás, representada pelo seu presidente o dep. Helder Valin (PSDB-GO).

5) caso o projeto seja aprovado, o Presidente da República não pode vetá-lo a seu gosto. O veto presidencial é um instrumento utilizado quando a lei é inconstitucional ou contrária ao interesse público. Nesse caso, não havendo inconstitucionalidade, como esse projeto, discutido por uma década e aprovado por maioria no Congresso Nacional, poder-se-á considerado contrário ao interesse público? Não acho que esse é o tipo de situação que o Presidente da República deva utilizar o veto.

6) o Sr. Malafaia mistura o projeto de lei a temas como legalização do aborto e obrigação da igreja em fazer casamento gay (é engraçado até de falar). Recomendo que escutem o que o dep. Gabriel Chalita falou a respeito.



Concordo que o homem exista em todas suas quatro dimensões (mental, física, social e espiritual). Porém, isso não significa que um líder religioso deva utilizar sua influência religiosa para determinar o futuro político da sociedade. É de impressionar que no ano de 2010, vemos um tele-evangelista profissional manipular informações em benefício de partidos políticos. Devo apenas lembrar: manipular = falsificar, adulterar (definição de dicionário). Até onde meu conhecimento sobre as Sagradas Escrituras vai, esse não é um comportamento ensinado por Cristo.

Finalmente, fazer parte dos 90% de cristãos do país não me dá o direito de impedir que os outros 10% possam viver em paz, da forma que acharem correto. Esse comportamento manipulador afasta os cristãos das igrejas e de Deus.